“Eu sou uma pessoa
que ajuda todo mundo. Sou prestativo, amigo. Não sou só um amigo das horas
boas. Sou um amigo para todos os momentos. Gosto mais de dar do que receber.
Fico feliz quando os outros estão felizes. Mas, mesmo assim, tenho a sensação
que há alguma coisa errada comigo.” Você já ouviu isso algum dia, em algum
lugar. Ou, talvez, você mesmo já tenha dito isso para alguém; não é verdade?
Talvez você seja uma dessas
pessoas altruístas e piedosas, sempre dispostas a estender a mão a quem
precisa. Talvez você seja daqueles jovens que se entregam a um amor
perdidamente, só para, em seguida, sofrer amargamente por ter sido abandonado sem
razão aparente. Talvez, você seja daquelas pessoas que dizem: “eu tento fazer
tudo certo. Sou honesto, decente, cuidadoso, me importo com os outros; mas, quando eu preciso, todos os amigos
desaparecem.
Quantas vezes você já disse a
alguém, a uma amiga, por exemplo; “não fica assim...! Vai passar. Em pouco
tempo tu nem mais vais lembrar disso. Tu és uma pessoa incrível. Tu não estás
só. Tu tens a mim e eu te amo muito, tu sabes! Eu não vou te abandonar. Calma!
Dorme aqui hoje. Não vá para casa, eu vou cuidar de ti!?” Muitas, quem sabe!
Por isso, neste momento, se você
está dizendo: “eu sou uma pessoa mais ou menos assim...”, eu quero te fazer uma
pergunta: quantas vezes você disse tudo isso, que costuma dizer aos outros, a você mesma? Quantas vezes você
demonstrou esse amor, compreensão e ternura, consigo mesma...? Você lembra a última
vez que você se olhou no espelho e disse: fica tranquila, amor. Tu és uma
pessoa incrível, eu vou cuidar de ti, tu não estás só! Posso até ouvir a
resposta.
Você, talvez, não tenha percebido
com clareza o que você está fazendo. Mas, você está dando aos outros aquilo que
você mais quer receber. Contudo, quanto mais você dá, menos parece obter de
volta.
Veja se você se vê aqui...! Quando
as crianças sofrem bullying. Quando os adolescentes não conseguem segurar a
pressão com relação ao que eles devem ou não devem fazer, dizer ou não dizer.
Quando ouvem que seu valor pessoal está diretamente associado a suas atitudes
com relação às convenções sociais; a sua forma de aceitar e conviver com regras
castradoras - eles se esquecem de quem realmente são e passam a aceitar como
verdadeiras as palavras e comentários que lhe fazem mal. Se não se encaixam nos
padrões convencionais, não são dignos de ser felizes e amados. Sobra-lhes o
terror da baixo-autoestima.
Se você se sente assim, de certa
forma, procure identificar a origem de seus pensamentos autodestrutivos. De
onde vem essa voz acusadora? De pais severos e demasiadamente críticos? De
bullying sofrido na escola? De um ex-namorado, ou namorada, que fez com que
você odiasse seu corpo? Às vezes, aquelas pessoas que deveriam nos amar e nos
ajudar a crescer e ser seguras, são as que mais nos ferem a alma.
Reflita sobre seus pensamentos
destrutivos. Use sua inteligência a seu favor. Será que tudo que você ouviu é verdade?
Você pode estar um pouquinho acima do peso, mas você não é um gordo, ou gorda
nojenta. Você pode ter ido mal na prova
e ter de repetir o semestre, mas você não é um burro, incapaz, relapso, ou
coisa parecida. Você pode não saber que rumo você vai dar a sua vida, agora que
você conclui seus estudos - mas você não é um incompetente.
Eu posso ficar aqui dizendo uma
infinidade de coisas que fazem de você um ser especial, uma criatura digna. Mas, talvez nada disso adiante, enquanto você
não ouvir de si mesmo tudo que quer ouvir dos outros. Enquanto você não for,
para você mesmo, a melhor das companhias.
Diga a você todo dia, toda a hora, a
cada minuto se for necessário; que você é realmente essa pessoa maravilhosa que
você quer que os outros reconheçam. Sinta essa verdade profundamente. Elogie-se.
Perdoe-se. Afinal, não é isso que você faz com seus amigos, pais, colegas?
Quando você sentir essa verdade enraizada
em seu ser, você não vai mais pedir aos outros que reconheçam o quão especial
você é, ou quase implorar para que lhe
amem por isso. Pois, nesse exato momento, será o que todos irão fazer: Vê-lo
com a nova imagem que você vai refletir.
Seja bondoso, gentil, delicado com
você mesmo. Não repita em sua mente o que você ouve ou ouviu. Somente quando
você ouvir as palavras certas, ditas com veracidade por você mesmo, a você mesmo,
você vai poder acreditar e ser feliz.
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