sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Quebre o Ciclo da Ansiedade

              O medo é definido como uma emoção desagradável, causada pela crença que alguém ou alguma coisa é perigosa e pode causar dor ou ameaça. De que pessoas e situações você tem medo? Você sofre de algum tipo de stress pós-traumático que é desencadeado por um estímulo relacionado a algum lugar ou ambiente onde você experimentou algo horrível? Por que cada detalhe de uma experiência relacionada ao medo fica profundamente marcado na memória de longo prazo? 
                   Pesquisadores descobriram que o hormônio do estresse, “cortisol” e o hormônio do amor “oxitocina”, na verdade, trabalham juntos para criar uma memória de medo profundamente enraizada durante e depois de períodos de dor e aflição. Provavelmente, essa reação neurobiológica seja parte do mecanismo de sobrevivência para ajudar alguém a não se envolver novamente em situações de perigo. O medo é um mecanismo de proteção destinado a nos proteger do perigo e é indispensável à sobrevivência. Infelizmente, tanto a ameaça real ou imaginária pode desencadear a reação de medo que acaba por perpetuar o ciclo da ansiedade. 
                Os distúrbios de ansiedade que levam a ataques de pânico podem fugir do controle quando o “medo de sentir medo” confunde a realidade da situação. Em vez de ter medo de uma ameaça real, a reação de medo se apossa do cérebro e cria a sensação neurobiológica do medo; mesmo quando, na verdade, não há  ameaça alguma. 
             A ansiedade também tende a aparecer como herança familiar. Filhos de pais ansiosos têm um risco mais alto de desenvolverem distúrbios de ansiedade. Eles têm 50% mais chances de se tornarem adultos ansiosos, segundo pesquisa recente da Universidade de Johns Hopkins nos Estados Unidos. Em uma declaração à imprensa, a Drª. Ginsburg disse que: as descobertas realçam a vulnerabilidade das crianças a pais ansiosos. È preciso, segundo ela, identificar crianças em risco e tentar ajudar. A ansiedade existe para proteger e na adaptação ao meio; mas, isso pode não acontecer com crianças ansiosas, porque estas crianças têm pensamentos sobre perigo e ameaças quando  e onde elas não existem. 
                Para lidar melhor com a ansiedade, as crianças tendem a evitar aquilo que provoca essa sensação. Por exemplo, se elas têm medo do escuro, elas vão querer dormir de luz acesa. Se tiverem medo do fracasso, poderão passar a ter medo de tentar coisas novas. De acordo com o Dr. Eric Erickson, se as crianças forem encorajadas a desenvolver habilidades e enfrentar seus problemas, isso vai levá-las a ter uma sensação de competência. 
             Se, ao contrário, as crianças não forem encaminhadas para ter esta percepção, ou não tiverem autonomia para enfrentar seus problemas e superá-los, como acontece quando os pais são demasiadamente protetores, isto poderá levá-las a desenvolver complexo de inferioridade, falta de autoconfiança e ansiedade. 
        A Dra. Ginsburg argumenta que a hereditariedade e as experiências de vida desempenham um papel importante no ciclo da ansiedade. Quanto mais experiências negativas a criança tiver durante seu crescimento, maior a probabilidade de que ela venha a ter problemas de ansiedade quando adulta. Quando um adulto ou uma criança imagina algo assustador, frequentemente, sua mente não consegue perceber se este “perigo” é real ou imaginário. 
             Então, em vez de se focar na situação assustadora no mundo real, as pessoas se focam no medo imaginário em sua mente. E mesmo após a situação de perigo real ter sido evitada ou resolvida, a mente pode repetir os pensamentos assustadores indefinidamente. Por isso, uma das maneiras mais fáceis de reduzir a ansiedade e quebrar este ciclo é utilizar a chamada  “verificação de realidade” . Aprender a reconhecer quando um medo é saudável, verdadeiro e com base na realidade, ou irreal e imaginário, é uma forma eficaz de lidar com a ansiedade que as pessoas de qualquer idade podem utilizar. 
             Ao se perguntar, simplesmente: “ isto é real ou imaginário?,” você pode quebrar o ciclo da ansiedade. Em geral, da mesma forma, os adultos tendem a criar situações assustadoras sobre as quais eles não terão nenhum controle mais tarde, mesmo que o “problema” enfrentado não seja tão assustador. È comum vermos pessoas que criam as chamadas “tragédias” em cima de qualquer fato corriqueiro. De certa forma, essas pessoas não agem assim por livre e espontânea vontade, mas esta reação, como já frisamos, é uma reação neurobiológica do cérebro, e a pessoa irá repeti-la indefinidamente diante de qualquer situação aflitiva que vivenciar. 
              Compreender este fato é de suma importância para o alivio e controle da ansiedade.  Uma forma de perceber, também, se estamos “exagerando” é investigar o entorno: Será que todas as pessoas a minha volta; em casa, no trabalho, nas relações sócias, veem esse “fato ou problema” da mesma forma que eu? Será que todos têm ou tiveram a mesma reação diante dele? 
          Há, sem dúvidas, questões particulares, de foro íntimo. Nesses casos, buscar um profissional na área é o mais adequado. De qualquer forma, as instruções acima citadas valem também nesses casos e produzem alívio e segurança quando repetidas frequentemente. Às vezes, o fantasma que nos assusta é só uma criança brincando com um lençol sobre a cabeça.

Baseado no texto de Christofer Bergland. In Psychology Today

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