O medo é definido como uma emoção desagradável, causada pela crença que
alguém ou alguma coisa é perigosa e pode causar dor ou ameaça. De que pessoas e
situações você tem medo? Você sofre de algum tipo de stress pós-traumático que
é desencadeado por um estímulo relacionado a algum lugar ou ambiente onde você
experimentou algo horrível? Por que cada detalhe de uma experiência relacionada
ao medo fica profundamente marcado na memória de longo prazo?
Pesquisadores
descobriram que o hormônio do estresse, “cortisol” e o hormônio do amor “oxitocina”,
na verdade, trabalham juntos para criar uma memória de medo profundamente
enraizada durante e depois de períodos de dor e aflição. Provavelmente, essa
reação neurobiológica seja parte do mecanismo de sobrevivência para ajudar
alguém a não se envolver novamente em situações de perigo. O medo é um
mecanismo de proteção destinado a nos proteger do perigo e é indispensável à
sobrevivência. Infelizmente, tanto a ameaça real ou imaginária pode desencadear
a reação de medo que acaba por perpetuar o ciclo da ansiedade.
Os distúrbios de
ansiedade que levam a ataques de pânico podem fugir do controle quando o “medo
de sentir medo” confunde a realidade da situação. Em vez de ter medo de uma
ameaça real, a reação de medo se apossa do cérebro e cria a sensação neurobiológica
do medo; mesmo quando, na verdade, não há
ameaça alguma.
A ansiedade também tende a aparecer como herança
familiar. Filhos de pais ansiosos têm um risco mais alto de desenvolverem
distúrbios de ansiedade. Eles têm 50% mais chances de se tornarem adultos
ansiosos, segundo pesquisa recente da Universidade de Johns Hopkins nos Estados
Unidos. Em uma declaração à imprensa, a Drª. Ginsburg disse que: as descobertas realçam a vulnerabilidade das
crianças a pais ansiosos. È preciso, segundo ela, identificar crianças em risco e tentar ajudar. A ansiedade existe para
proteger e na adaptação ao meio; mas, isso pode não acontecer com crianças
ansiosas, porque estas crianças têm pensamentos sobre perigo e ameaças quando e onde elas não existem.
Para lidar melhor com a ansiedade, as crianças tendem a
evitar aquilo que provoca essa sensação. Por exemplo, se elas têm medo do
escuro, elas vão querer dormir de luz acesa. Se tiverem medo do fracasso,
poderão passar a ter medo de tentar coisas novas. De acordo com o Dr. Eric
Erickson, se as crianças forem encorajadas a desenvolver habilidades e
enfrentar seus problemas, isso vai levá-las a ter uma sensação de competência.
Se, ao contrário, as crianças não forem encaminhadas para ter esta percepção,
ou não tiverem autonomia para enfrentar seus problemas e superá-los, como
acontece quando os pais são demasiadamente protetores, isto poderá levá-las a
desenvolver complexo de inferioridade, falta de autoconfiança e ansiedade.
A
Dra. Ginsburg argumenta que a hereditariedade e as experiências de vida
desempenham um papel importante no ciclo da ansiedade. Quanto mais experiências
negativas a criança tiver durante seu crescimento, maior a probabilidade de que
ela venha a ter problemas de ansiedade quando adulta. Quando um adulto ou uma
criança imagina algo assustador, frequentemente, sua mente não consegue
perceber se este “perigo” é real ou imaginário.
Então, em vez de se focar na
situação assustadora no mundo real, as pessoas se focam no medo imaginário em
sua mente. E mesmo após a situação de perigo real ter sido evitada ou
resolvida, a mente pode repetir os pensamentos assustadores indefinidamente.
Por isso, uma das maneiras mais fáceis de reduzir a ansiedade e quebrar este
ciclo é utilizar a chamada “verificação
de realidade” . Aprender a reconhecer quando um medo é saudável, verdadeiro e
com base na realidade, ou irreal e imaginário, é uma forma eficaz de lidar com
a ansiedade que as pessoas de qualquer idade podem utilizar.
Ao se perguntar,
simplesmente: “ isto é real ou imaginário?,” você pode quebrar o ciclo da
ansiedade. Em geral, da mesma forma, os adultos tendem a criar situações
assustadoras sobre as quais eles não terão nenhum controle mais tarde, mesmo
que o “problema” enfrentado não seja tão assustador. È comum vermos pessoas que
criam as chamadas “tragédias” em cima de qualquer fato corriqueiro. De certa
forma, essas pessoas não agem assim por livre e espontânea vontade, mas esta
reação, como já frisamos, é uma reação neurobiológica do cérebro, e a pessoa
irá repeti-la indefinidamente diante de qualquer situação aflitiva que
vivenciar.
Compreender este fato é de suma importância para o alivio e controle
da ansiedade. Uma forma de perceber,
também, se estamos “exagerando” é investigar o entorno: Será que todas as
pessoas a minha volta; em casa, no trabalho, nas relações sócias, veem esse “fato
ou problema” da mesma forma que eu? Será que todos têm ou tiveram a mesma
reação diante dele?
Há, sem dúvidas, questões particulares, de foro íntimo.
Nesses casos, buscar um profissional na área é o mais adequado. De qualquer
forma, as instruções acima citadas valem também nesses casos e produzem alívio
e segurança quando repetidas frequentemente. Às vezes, o fantasma que nos
assusta é só uma criança brincando com um lençol sobre a cabeça.
Baseado no texto de Christofer Bergland. In Psychology Today
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