Na maioria das situações, é melhor para você dar vasão aos sentimentos
negativos do que mantê-los aprisionados dentro de você. Tristeza, raiva,
angústia, frustrações em geral são sensações que podem comprometer sua saúde
física, mental e emocional. Desabafar ajuda a manter o equilíbrio. Há sempre a
chance de se ter um bom amigo disposto a ouvir e oferecer um ombro. Mas, quando
isso não é possível ou suficiente é razoável apelar-se, também, para um
profissional.
O problema maior, no entanto, é quando, apesar
das muitas tentativas, não conseguimos falar daquilo que realmente
nos incomoda; de nossas verdadeiras mazelas interiores. Reconhecer nossos
medos, desapontamentos, culpas, vergonha etc., às vezes, se torna tão difícil,
que chegamos a não ter coragem de ouvir nossos próprios pensamentos.
É
difícil aceitar, realmente, que todos somos imperfeitos quando
parecemos ser os únicos a cometer erros e o alvo preferido de toda
gente. Em certas ocasiões, não ter com quem desabafar nem se configura
nosso maior problema. O mais difícil é manter um dialogo interior aberto,
verdadeiro com nós mesmos, quando sufocados por sentimentos de culpa e
vergonha.
A culpa, de certa forma, é menos maléfica que a vergonha. Pois, nos faz refletir, pedir desculpas a quem ofendemos ou magoamos e nos ajuda
a mudar nossas atitudes. Nos faz mais responsáveis com os outros.
A vergonha,
no entanto, nos mantém atrelados ao medo da rejeição, ao sentimento de menos
valia. A vergonha nos leva a negação de nossas imperfeições. Nos faz
pensar que não seremos amados por causa de nossos defeitos. Que, por algum
motivo, nascemos maus, perversos, indignos, diferente dos demais e teremos de
carregar nossa cruz, de estranhos no ninho, sozinhos.
Quando você tem
culpa você busca compensar seus erros com desculpas e novas atitudes. Quando
você tem vergonha, você mente, não admite, transfere a responsabilidade do erro
que você cometeu para outros. Você não aceita que errou e que, muito menos,
alguém se atreva a dizer-lhe isso. Você não tem humildade suficiente e coragem
para reconhecer que errou e que você é como qualquer outro ser humano: imperfeito.
Se conversar com outra pessoa sobre você é difícil, converse
consigo mesmo primeiro. Seja vulnerável; humilde de verdade. Não se sinta
menos, menor. As pessoas amam as pessoas vulneráveis, os “pobres de espirito”,
os réus confessos. Perdoe-se. Admita seus erros e fraquezas. Você é um simples
ser humano - como todos nós - nada menos.
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