Que vento é esse
Que me sopra pra dentro,
Que me explora intensamente
E, quando assim, me traz certezas,
Não falseia, nem me mente?
Que sussurra ao meu ouvido, inocente
Ou me grita e sentencia
E, mesmo assim, aparentemente
Inconsequente, me acalenta e me alivia?
Que legitima em mim a impermanência,
E da aparência ilusória do
Real me distancia?
Me protege e enternece,
Nada espera e me eterniza
E por tudo me engrandece.
Que vento é esse, assim, incoerente,
Que me doa e me agradece?
Que vento é esse que me dá asas
E se enraíza em mim
Com suave e lúcida liberdade;?
Que vento é esse,
Que, entre infinitas possibilidades,
Se evidencia em mim, única,
imutável, incondicional verdade?!
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