domingo, 25 de abril de 2021

ANSIEDADE, UM TRANSTORNO QUE DÁ MEDO

       Todos nós, de uma forma ou de outra, experimentamos ansiedade. Portanto, a ansiedade, por si só, não é um mal a ser evitado. Ficamos ansiosos quando temos alguma coisa importante para resolver; uma prova na universidade, um compromisso inadiável, uma palestra a ser dada. Enfim, há uma série de atividades corriqueiras que podem nos trazer uma certa ansiedade. A ansiedade, contudo, só se torna um problema, quando ela passa a interferir, de forma negativa, no andamento normal de nossas vidas. Quando ela se torna constante e incontrolável. Nesse caso, podemos estar desenvolvendo o chamado transtorno de ansiedade.  

           O Transtorno de Ansiedade pode ser uma enfermidade mental séria. As pessoas com esse problema podem desenvolver medos e preocupações extremas que lhes venham causar grande desconforto e sofrimento. Mas como saber se estamos com esse problema, se nossos sintomas fazem parte do conjunto de sintomas que caracterizam o Transtorno de Ansiedade. E o que fazer nesses casos? Vejamos, primeiro, alguns tipos de  transtorno de ansiedade.

            1. Síndrome do Pânico - é uma sensação de medo intenso que surge repentinamente, sem aviso e sem razão aparente. Esse sintoma pode vir, normalmente, acompanhado de suadouro, dores no peito, palpitações, batimentos cardíacos irregulares e também de uma sensação de engasgamento. Muitas pessoas dizem ter a sensação de que estão tendo um ataque cardíaco

         2. Fobia Social  - Algumas pessoas desenvolvem uma angustiante sensação de estarem sendo julgadas constantemente pelos outros. Sentem-se embaraçadas na presença de outras pessoas e temem comportar-se de forma ridícula.

            3. TOC - O Transtorno Obsessivo Compulsivo é um dos mais conhecidos transtornos dos dias de hoje, pois muita gente famosa já veio a público dizer que padece dessa enfermidade. Caracteriza-se, principalmente, por pensamentos e medos que as fazem desempenhar determinados rituais e rotinas desgastantes emocionalmente, pelas exaustivas repetições  que, às vezes,   o afetado  se impõe. Tais pensamentos são chamados de obsessões e os rituais são as compulsões.

        4. Fobia Específica - Esse tipo de transtorno se caracteriza por um medo intenso de alguma coisa especifica, como medo de certos bichos, altura, de viajar de avião  etc.

          5. Distúrbio Pós-traumático - um problema que pode aparecer após  um acontecimento traumático; por exemplo, a morte de um ente querido, um assalto,   abuso sexual etc. As pessoas que passam por esses traumas, frequentemente, tem pensamentos apavorantes  que perduram por longo tempo; essas pessoas  tendem a se tornar emocionalmente apáticas.

        Os tipos de transtornos de ansiedade descritos acima, são alguns dos mais importantes; mas há, ainda, outros tipos que iremos descrever em outra oportunidade. Vejamos agora,   alguns de seus  sintomas mais característicos. São eles:  agitação, medo, pânico; pensamentos descontrolados e obsessivos, lembranças constantes de experiências traumáticas; pesadelos, problemas para dormir. Mãos e pés frequentemente suados; respiração curta, palpitações, náusea e tonturas. Comportamentos ritualísticos, como lavar as mãos com excessiva frequência, boca seca, dificuldade de manter-se calmo etc.
       A boa notícia, no entanto,  é que existem tratamentos para esses problemas, que aparecem cada vez com mais frequência e em um número cada vez maior de pessoas de todas as idades. Além da consulta normal ao médico de confiança -  existem hoje outras formas de tratamento muito eficazes nesses casos. Como a psicoterapia, a hipnose e técnicas de relaxamento e controle da ansiedade, entre outras. Técnicas essas, que não recorrem à utilização de medicamentos como antidepressivos e que, portanto, evitam  a dependência medicamentosa.




segunda-feira, 5 de abril de 2021

OS MILAGRES VÊM DE DENTRO

             O que a gente mais quer dos outros é o que menos temos para dar a nós mesmos. Temos dificuldade de entender que somente nós podemos nos dar aquilo que mais queremos. Mas, o que tem de novo aqui? Trivial. Óbvio. Quem não sabe? Dã!!! Nem tanto. Lê-se muito. Aprende-se pouco. Fala-se demais. Medita-se infinitamente menos. Esperamos o milagre de fora. Aprendemos a esperar um salvador. Seja ele deste ou de outro mundo. Não custa insistir no entanto. Quem tem ouvidos que ouça. Se você busca amor, ame-se; respeito, respeite-se. Se você quer ser visto, olhe-se. Se você quer atenção, preste atenção em você e veja o que você pode se dar. Vou chover no molhado: quanto mais necessitamos, mais nos associamos a pessoas que não sabem dar. Pode não parecer óbvio, mas elas estão ali para cumprir um papel importante: nos mostrar exatamente o que precisamos encontrar, ajustar, perceber, fazer aflorar em nós mesmos. É o outro que nos permite a acuidade. O perceber verdadeiro de onde estamos neste momento de nossa vida. Você quer ensinar? Aprenda primeiro. Seja autodidata. Aprenda sozinho. Para você. Por você. Você chama isso de egoísmo? Mas, querer mudar o mundo dos outros para você caber nele, é o quê? Se você quer, não peça. Doe-se. Você tem ciúme, inveja, pena de você. Você se sente injustiçado? Faça justiça a você mesmo. Absolva-se. “Des culpe-se”. Afinal, sua dívida ( se alguma) é de você para com você mesmo. Você é imediatista, ansioso, quer tudo para ontem, mas não percebe que passou a vida querendo mudar o mundo lá fora. Você não cabe em si mesmo. Você quer que o outro tenha olhos pra você, mesmo e quando você não se vê com bons olhos. Eu sei o que você está dizendo: Tudo bem, tudo bonitinho, muito filosófico, e daí? Eu quero saber como eu faço na prática. Eu lhe digo: primeiramente, leia novamente este texto. Medite sobre ele. Gaste um tempo pensando. Você não vai a lugar algum. Se você for religioso, lembre do que Jesus dizia: “ O caminho do pai é o caminho de volta.” Nós já estamos onde queremos ir. Só nos falta compreender isso. Vivemos uns com os outros não para esperar que o outro nos faça feliz, nos valorize. Mas, para que sua presença e atitude nos mostre onde nós não estamos sendo justos com nós mesmos. Quando você queima um dedo, por exemplo, você não fica furioso com os ostros. Você imediatamente percebe que deve ser mais cuidadoso com o que faz. Que deve cuidar melhor de si mesmo. Observe. Critique e critique-se menos. Tudo está no seu lugar. E se você quiser mudar a paisagem, mude o ponto de vista. Veja-se de um outro ângulo. Faça diferente. Acredite, não há milagres vindo de fora. Amar-se não é uma questão filosófica de retórica. É respeitar nossa verdade intrínseca. Somos filhos do universo. O que é verdade para ele é verdade para nós. Não há o que temer. O que mudar. Precisamos apenas compreender. Aprender para dentro. Perdoe-se e perdoe o outros. Quando você se encontrar, o mundo que você conhece e não gosta mudará. Ou desaparecerá sem que você precise fazer o menor esforço.

terça-feira, 30 de março de 2021

ATÉ QUANDO VOCÊ VAI AGUENTAR?

             Na maioria das situações, é melhor para você dar vasão aos sentimentos negativos do que mantê-los aprisionados dentro de você. Tristeza, raiva, angústia, frustrações em geral são sensações que podem comprometer sua saúde física, mental e emocional. Desabafar ajuda a manter o equilíbrio. Há sempre a chance de se ter um bom amigo disposto a ouvir e oferecer um ombro. Mas, quando isso não é possível ou suficiente é razoável apelar-se, também, para um profissional.   
           O problema maior, no entanto, é quando, apesar das muitas tentativas,  não conseguimos falar daquilo que realmente nos incomoda; de nossas verdadeiras mazelas interiores. Reconhecer nossos medos, desapontamentos, culpas, vergonha etc., às vezes, se torna tão difícil, que chegamos a não ter coragem de ouvir nossos próprios pensamentos. 
           É difícil  aceitar, realmente, que todos somos imperfeitos quando parecemos ser os únicos a cometer erros e o alvo preferido de toda gente.  Em certas ocasiões, não ter com quem desabafar nem se configura nosso maior problema. O mais difícil é manter um dialogo interior aberto, verdadeiro com nós mesmos, quando sufocados por sentimentos de culpa e vergonha.  
        A culpa, de certa forma, é menos maléfica que a vergonha. Pois, nos faz refletir, pedir desculpas a quem ofendemos ou magoamos e nos ajuda a mudar nossas atitudes. Nos faz mais responsáveis com os outros. 
        A vergonha, no entanto, nos mantém atrelados ao medo da rejeição, ao sentimento de menos valia. A vergonha nos leva a negação de nossas imperfeições.  Nos faz pensar que não seremos amados por causa de nossos defeitos. Que, por algum motivo, nascemos maus, perversos, indignos, diferente dos demais e teremos de carregar nossa cruz, de estranhos no ninho, sozinhos.  
           Quando você tem culpa você busca compensar seus erros com desculpas e novas atitudes. Quando você tem vergonha, você mente, não admite, transfere a responsabilidade do erro que você cometeu para outros. Você não aceita que errou e que, muito menos, alguém se atreva a dizer-lhe isso. Você não tem humildade suficiente e coragem para reconhecer que errou e que você é como qualquer outro ser humano: imperfeito. 
        Se conversar com outra pessoa sobre você é difícil, converse consigo mesmo primeiro. Seja vulnerável; humilde de verdade. Não se sinta menos, menor. As pessoas amam as pessoas vulneráveis, os “pobres de espirito”, os réus confessos. Perdoe-se. Admita seus erros e fraquezas. Você é um simples ser humano - como todos nós - nada menos.



quinta-feira, 25 de março de 2021

AUTOBIOGRAFIA EM 5 CAPÍTULOS CURTOS


By Portia Nelson /
Tradução por minha conta e risco
I
Eu desço a rua
Há um enorme buraco na calçada
Eu caio dentro dele
Estou perdido…me sinto desamparado
Não é culpa minha
Levo uma eternidade para achar a saída
II
Eu desço a mesma rua
Há um enorme buraco na calçada
Eu finjo não o ver
Eu caio de novo
Não consigo acreditar que estou no mesmo lugar... mas, não é minha culpa.
Mesmo assim ainda levo muito tempo para sair dele.
III
Desço a mesma rua
Há um enorme buraco na calçada
Eu o vejo ali
Novamente eu caio. É um hábito, meu olhos estão abertos.
Eu sei onde estou
É culpa minha.
Eu saio imediatamente
IV
Eu desço a mesma rua
Há um enorme buraco na calçada.
Eu desvio dele.
V
Eu vou por outra rua.
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Aceitar o novo é sempre um desafio assustador. Muitas vezes, preferimos o ruim conhecido, à possibilidade de uma nova vivência. Simplesmente, temermos o inusitado. A segurança de um presente triste e enfadonho parece-nos, às vezes, menos ameaçador que o mais promissor dos futuros. Morremos de medo de correr riscos, mesmo que o pior dos efeitos colaterais ainda possa ser muito melhor que o momento vivido. Desconfiamos de tudo que traga o rótulo de inédito, e, mesmo assim, fingimos sonhar com dias melhores. Lutamos para mudar nosso futuro. Mas, no fundo, queremos estar seguros de que tudo continuará como sempre foi - ruim, mas sem sobressaltos. Caímos tantas vezes no mesmo buraco que nos tornamos especialistas em cair e levantar; como se todos os caminhos tivessem, necessariamente, que acabar no vazio. Quem nos ensinou que ser feliz é ruim, que afasta os amores? Quem nos convenceu que a esperança sozinha pode preencher nossos espaços mais profundos? Em algum momento, tentaram nos convencer que a felicidade é o tédio travestido de possibilidades remotas. Coitados, mal sabem eles que a felicidade é  vívida de possibilidades e desdobramentos singulares e que alicia mais amores que a falsa e obscura  segurança dos caminhos em assombro. Estamos tão  acostumados à luta, que quando não percebemos o inimigo, entramos em colapso. Estar bem é, às vezes, um ato de estrema coragem e desafia profundamente a alma inquieta. É preciso compreender, no entanto, que não podemos passar a vida procurando a felicidade. Na verdade, todo dia nos topamos com a ela, em todo lugar. No sorriso de uma criança, numa flor do campo, no canto de um pássaro, no abraço amigo. Só  que, raramente, a percebemos aí. Não a reconhecemos, pois não temos um padrão interior para compará-la. Esperamos um susto. Um êxtase. Não  um momento singular, pleno em si mesmo. Todo dia a vida se renova. Não pode haver maior fecilicidade. 






quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

FELICIDADE, UM BICHO DE SETE CABEÇAS?

Li, certa vez, em uma revista, um artigo escrito por um pastor que contava sobre um mendigo que costumava visitá-lo em sua igreja, e que gostava de discutir sobre o que ele, o mendigo, costumava chamar de temas filosóficos. Pedia ao pastor uma xícara com água quente, pois sempre trazia consigo seu próprio sache e, depois, deslanchava suas filosofias.  Uma vez o tema proposto pelo mendigo era a felicidade: O que é felicidade? Perguntou ele ao pastor,  direto e sem rodeios. O pastor organizou por alguns segundos seus pensamentos e disse: para muitas pessoas felicidade significa ter o suficiente para comer, um lugar aquecido para dormir, boa saúde e dinheiro suficiente para as necessidades básicas da vida... Quando o pastor ia começar a falar sobre questões espirituais, o mendigo  interrompeu-o e  disse:  Por que é, então, que as pessoas desejam muito mais do que isso? Por que elas não são felizes apesar de suas casas luxuosas, carros, viagens, dinheiro no banco, férias em lugares diferentes todo o ano?  Essas são necessidades básicas da vida? Em seguida o mendigo acrescentou: Eu, pessoalmente, sou muito feliz, embora não tenha nada e nunca tenha procurado a felicidade. Eu não gostaria de ser rico, ou de ter mais dinheiro, frisou ele. Eu nem mesmo gostaria de ter um lugar para dormir hoje à noite. Eu serei feliz enquanto eu puder caminhar e respirar, enquanto eu for livre.   Contou o pastor que esse fato o fez lembrar de um quadro que uma vez ele havia visto: era um quadro de um homem sentado em um banco de praça com uma borboleta pousada em seu ombro. Na base do quadro estava a seguinte inscrição: A felicidade é como a borboleta, se você tentar pegá-la, ela irá fugir. Mas, se você não prestar atenção a ela, e seguir enfrente com sua vida, talvez ela pouse em seu ombro.   Muitas vezes, não nos damos o direito de ser feliz e culpamos as circunstâncias da vida, as dificuldades econômicas, os fenômenos meteorológicos, as catástrofes, desastres, acidentes, estresse e tantas outras coisas encontradas em nosso dia-a-dia. Seriam essas coisas, por si só, fatores definitivos para que não sejamos felizes de forma alguma? Há um aspecto de suma importância na construção de nossa felicidade: a união perfeita da criança que fomos e que permanece viva em nós com o adulto que somos.  Se essa associação for positiva, se esses dois aspectos de nossas vidas estiverem conectados, teremos, então, a sensação de paz e equilíbrio. Quando isso não acontece sentimos medo e insegurança, não estamos inteiros, nos sentimos conflitados e experimentamos a solidão e a tristeza. Mas, será que quem teve uma infância infeliz, estaria definitivamente condenado a infelicidade? Absolutamente, o desafio do adulto é compreender a necessidade dessa união e sarar a criança que há dentro de si. A criança é a emoção, o adulto a razão. A criança carrega consigo o peso das crenças erradas que lhes foram imputadas pelos pais, o meio, a escola e ajudaram a transformá-la, mais tarde, em um adulto infeliz. Crenças como: não responda a um adulto. Seja bonzinho. Não discuta. Não argumente. Nunca diga não. Seja obediente. Não fale das suas coisas interiores. Não confie em ninguém. Você não sabe o que é melhor para você. Seja forte. Não chore.  E quando nos tornamos adultos, inconscientemente, repetimos esses erros e dizemos: Não tenho nenhum valor, tudo que eu faço é errado. Como posso ser feliz se tem tanta gente infeliz. Isso seria egoísmo. Não tenho esse direito. Tenho que ser bonzinho e obedecer sempre. Não tenho direito de reivindicar nada. Não sei lidar com a dor, a rejeição, a solidão. Os outros não me deixam ser feliz - Descobrir o nosso valor e resgatar nossa autoestima são condições indispensáveis para uma mente saudável. Quando sentimos que temos valor, aprendemos a dar importância a nossa vida e a cuidar da nossa felicidade. Talvez o mendigo da história acima, apesar de sua condição de miserabilidade, nos dê um testemunho claro de que nossa dificuldade em ser feliz, está muito mais ligada à criança perdida dentro de nós, do que com o fato de termos de enfrentar alguns transtornos inevitáveis que a vida nos impõe. Não se dar o direito de ser feliz está ligado, também, a crença de que somos seres de segunda classe, conceitos muitas vezes incutidos em nossas mentes de criança pela religião, que nos relegou o papel de reles pecadores e nos fez bater no peito proclamando nossa culpa (mea culpa) por algo que nem sequer compreendíamos e continuamos a não compreender. As coisas que nos trazem mais prazer estiveram, de certa forma, sempre relacionadas ao pecado. O vazio e a solidão deixados em nossa infância tendem a nos tornar adultos compulsivos, a nos jogar no vício, na busca desesperada para preencher esse vazio. E, mesmo quando reconhecemos nossas mazelas, ajudados pelo conhecimento intelectual adquirido, nem sempre conseguimos curá-las e continuamos a sabotar nossos próprios desejos de forma muitas vezes inconsciente.  A luta para conquistar coisas e o prazer que tiramos disso, se dá pelo fato de que estas conquistas, na verdade, são conquistas internas. São mais o resultado de verdadeiras batalhas que travamos dentro de nós mesmos em busca da cura psicológica, do que por feitos externos. O medo de ser feliz tende a ser bem mais forte que o desejo de sê-lo. A cura é sempre um processo lento, que, muitas vezes, não alcançamos sozinhos.  Por isso enfiamos a cara no trabalho e temos cada vez menos tempo para nós. É uma forma de não termos de ver quem realmente somos e de não reconhecermos essa criança assustada dentro de nós. Não existem formulas mágicas para curar essas feridas. Mas, é preciso reconhecer nossa condição humana, de seres que caminham sem ter, no entanto, muita certeza de onde estão pisando. Valorizar a criança interior é o grande início para se colher dias melhores. Descobrir onde, como e porque nossas pequenas asas foram cortadas, ajuda a nos tornarmos inteiros novamente.  A felicidade não se esconde em algum lugar do futuro entre bens de consumo de toda ordem. O mais das vezes, para encontrá-la, só precisamos adotar novamente aquela criança que ficou perdida lá no passado e ela mesma se encarregará de nos mostrar o caminho. 






quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Armadilhas Cognitivas


Aeron Beck, o psiquiatra criador da Terapia Cognitivo-Comportamental, estabeleceu os fundamentos para as seguintes distorções cognitivas que podem nos levar a depressão, isolamento e a ansiedade, se vivenciadas com frequência.
1.    Generalização – Você tem duas ou três experiências negativas e acha que no futuro tudo será da mesma forma e fará, ironicamente, que sua profecia se concretize.
2.    Deveria ter feito isso...deveria ter feito aquilo -  Você pensa constantemente: “se eu tivesse agido assim, nada disso teria acontecido...” Liberte-se disso. As coisas acontecem por que tem de acontecer. Por razões que nós nem sempre entendemos.
3.    Negativismo – Se alguém diz alguma coisa que você acha não ser positivo, você já acha que tudo de negativo vai se seguir a isso. E você se bloqueia e se afunda num espiral de negatividade. Você continua remoendo o assunto e não consegue mais fugir dele. Você passa ser escravo de seus próprios pensamentos.
4.    Leitura Mental – Você acredita muito em seus pensamentos. O que, normalmente, faz com que você acredite que sabe o que os outros estão pensando. Em estudos recentes foi descoberto que mesmo os terapeutas conseguem adivinhar apenas 50% do que os seus pacientes estão verdadeiramente pensando.
5.    Criar tragédias – Quando você dá dimensões exageradas aos acontecimentos você cria uma teia de preocupações, fantasiando com relação à forma como  todas as coisa podem dar errado.
6.    Autopunição – Culpar-se pelo fato das coisas terem dado errado perpetua a baixa autoestima e trás um ciclo vicioso de mais e mais preocupações. Aceitar suas responsabilidades por erros cometidos, enquanto você pensa em alternativas melhores para o futuro, é a melhor coisa a ser feita. Não é saudável acreditar que todas as coisas ruins acontecem por sua causa e para você. A maior parte das coisas que acontecem têm mais de uma causa. Sua contribuição talvez seja a menor e a menos importante delas.

7.    Avaliação Errada – Você avalia erroneamente ou interpreta mal uma situação. E depois pensa que você é um fracasso, quando tudo que você fez foi cometer um erro e nada mais.

8.    Transformando o positivo em negativo – Você sempre acha motivo para desconfiar dos outros, até mesmo dos amigos, e tem a tendência a dispensar cumprimentos sinceros. Esta forma de pensar arruína o que existe de positivo e enfraquece a amizade e a intimidade.

9.    Pensamentos como coisas reais - Você acredita que seus pensamentos são reais, quando na verdade são só pensamentos. Aprenda a liberá-los. Em especial aqueles que não são objetivamente verdadeiros. Não fazer isso pode levar a conflitos, especialmente quando você pega uma coisa que só existe na sua cabeça e a transforma em verdade.

10.  Emoção descontrolada – Você acha que sente alguma coisa. Então, essa coisa deve ser verdade. Por exemplo, você se sente ansioso e conclui com certeza que alguma coisa terrível vai acontecer.

11.  Subestimar / Superestimar  – Você tende a diminuir a importância das coisas ou faz tempestade em copo d´água. Dar a dimensão exata do problema é chave da questão. Embora, nem sempre seja fácil.

Preste atenção no número de vezes por dia que você cria essas distorções. Uma vez ciente disso, você deve fazer um esforço consciente para reduzir essa frequência. Conscientizar-se do problema é o primeiro passo no processo de mudança. A Terapia Cognitiva-Comportamental pode ajudá-lo a identificar e lidar com seus processos mentais para que você tenha uma forma mais saudável de ver a vida.  




terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Psicodinâmica do Diabetes


(Segundo Rüdiger Dahlke em seus livros – "A Doença como Caminho" e a  "A Doença como Símbolo")
Plano corporal: Pâncreas (análise agressiva, digestão dos açúcares).
Pâncreas: Pertence ao sistema digestório, é uma glândula mista com duas funções importantes, em que sua parte exócrina produz os sucos digestivos vitais cuja atividade revela sua natureza obviamente agressiva.  A parte endócrina contém os grupos de células conhecidas como placas celulares que produzem a insulina cuja redução leva ao diabetes (doença do açúcar).
O termo diabetes vem do grego e significa “arremessar através de” ou “atravessar”.  O diabético não pode (devido à falta de insulina) assimilar o açúcar contido nos alimentos, ocasionando que escoa e seja eliminado através da urina. 
 Substituindo a palavra açúcar pala palavra amor chegamos ao nível do problema do diabético.  Alimentos doces são um mero substituto para outros desejos doces, que tornam a vida uma doçura.  O desejo de comer doces e a incapacidade de assimilar o açúcar introduzindo-o nas próprias células delata o inconfessado desejo da realização amorosa. 
O diabético tem que viver com “alimentos substitutivos” especiais, viver com substitutos dos próprios desejos, levando a um excesso de acidez em todo o corpo, que pode chegar ao ponto de o paciente entrar em coma. 
Os ácidos são elementos de agressão.  Então, estamos diante de polaridades entre amor e agressividade, entre o açúcar e o ácido.  Os que não têm amor se tornam azedos – o que não têm tolerância acabam logo por tornar-se intoleráveis.
As únicas pessoas que aceitam o amor são aquelas que também são capazes de dá-lo; os diabéticos desejam amor, mas não se atrevem a procurá-lo ativamente.  Continuam ansiando e desejando por ele, como não conseguem obtê-lo, já que não aprenderam a dar amor, este passa por elas sem deixar sinal, e têm que expelir o açúcar que não assimilaram.  Mas não é por isso que devem tornar-se azedos.
Plano sintomático: diarreia do amor, medo do amor, desejo de saborear coisas doces (amor) e a doce vida, numa concomitante incapacidade de aceitar e deixar entrar o amor completamente; não acolher o doce da vida, ou seja, não poder admiti-lo no mais íntimo (das células); não poder se envolver no amor; desejo não reconhecido de satisfação pelo amor; tornar-se azedo devido a incapacidade de amar; não ter aprendido a dar amor; não se atrever a atacar ativamente o domínio do amor.
Tratamento: reconhecer o medo e a estreiteza com relação aos assuntos amorosos; reconhecer a incapacidade de admitir o amor em sua esfera mais íntima (açúcar nas células); aprender a evitar os planos não redimidos da vida, ou seja, a fechar-se para eles; no pólo oposto, abrir-se para o amor nas perspectivas anímicas e espiritual.
Remissão: encontrar o meio termo entre aceitar e renunciar; reconhecer e viver, o dar e o receber, como os dois lados do amor e da realidade.
Segundo Louise  L. Hay, o Diabetes é interpretada como “desejar por aquilo que poderia ter sido; grande necessidade de controle; mágoa profunda; nada ficou doce.”
O primeiro passo para os portadores de diabetes é se conscientizar da doença e suas causas.